Ajota

MEMÓRIAS (2) Passou um longo tempo sem dar notícias... não por esquecimento mas porque me envolvi noutros projectos. Um deles -  não tendo a ver com poesia - foi a de escrever as minhas memórias mais marcantes do tempo da guerra colonial e seus efeitos até aos dias de hoje. O meu "REGRESSO A ANGOLA (Por não ter partido)" ajudou-me a exorcizar alguns fantasmas e teve boa aceitação entre ex-combatentes conhecidos e outros desconhecidos até então. Com prefácio oferecido pela minha filha, que me surpreendeu positivamente pelo acto, está à venda nas principais livrarias, embora também os tenha em meu poder. Bem sei que este não será o local

Periodicamente venho visitar este sítio e vêm-me à memória os tempos em que partilhávamos presenças. Mesmo não querendo, sinto uma profunda tristeza, fruto essencialmente das (revira)voltas que a vida nos traz. Queria escrever(-vos) mas as palavras esqueceram-se dos tempos de terem vida e acabo por me retirar para o meu canto de vazio, onde me encontro com as memórias dos tempos em que pintava os versos nas cores vivas de vida. Talvez um dia possa voltar com aquela vontade que tudo move, tudo vence, tudo abraça. Então, ao renascer, reescrevo o jornal e abraço o mundo.

Escreve na tua página de memórias, em letra tipo Perpetua, e grava na tua mente todos os momentos que te fazem, ou fizeram, sonhar. Sem se pretender viver no Passado, os sonhos não têm data marcada para se viverem Presente e se sentirem Futuro.